domingo, 15 de setembro de 2013

*Ela ....







"(...) Ela só quer que eu sinta, que eu pense, que eu respire, que eu disque aqueles números mais uma vez, mais uma vez, mais uma vez. 

(...) O mais estranho da estranha é essa felicidade plena em que vivo. Esse estado de graça. A estranha encheu meu estômago de borboletas coloridas. Encheu de suspiros a minha alma. Me encheu de rendição. 

É uma dessas alegrias de dar pulinhos e de murmurar alegria no semblante mais sério. É uma dessas alegrias tão abençoadas por Deus que Ele é quase cúmplice de esporádicas baixarias e mentiras.
 
É uma dessas alegrias desconfortáveis mas que tem cara de cama quente e travesseiro fofo. 

(...) Ela nem me liga, ela cola linda e vermelha no meu tórax. Eu perco o ar, esbugalho os olhos. 

Ela nem me liga, formigando cada parte do meu corpo, transformando meu desenho em pontilhado. 

Depois me instiga a chamá-lo para que forme minha imagem, me faça existir. 

(...)Ela apenas me sorri irônica e por piedade aquieta-se alguns segundos. Depois, eu mesma não agüento e a procuro: estranha por estranha, negar uma paixão é muito mais louco do que aceitá-la dentro da gente."